Em qualquer lugar do mundo pode-se encontrar uma puta velha cuidando de um filho da mãe jogado à sorte. Viver ou morrer não é uma sua. É a atitude dessa rameira aposentada que determinará seu destino.
Já que seu corpo não é mais juvenil, como a aurora da madura idade a impossibilita do ofício de fingir o provocado prazer, essa profissional mulher [D. Preta] descobre-se novamente mulher. O ócio de barganhar seu corpo impediu realização todo potencial de sua feminilidade, de entregar-se à paixão e de acreditar em amor [em todas as maneiras de amar].
Então, dentro entre os sinais desse corpo cansado, surge o colo materno, entendido por meninas e meninos de nossas ruas como o lar, a mãe, o porto seguro que vos alimentam, vestem e os constituem mulheres e homem prontos para vida.
Agora a mulher recobrou antigos desejos e despertou de sonhos. Desejava se mãe e, criando os filhos das outras, de pais desconhecidos, via o que era esperança ou utopia uma realidade. Ela veio a ser mãe. Muito mais que isso os fizeram filhos. Mulheres e homens com uma família.
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